economia

Agência de Desenvolvimento de Santa Maria demite todos os funcionários

Deni Zolin

Foto: Claudio Vaz (Arquivo Diário)

Após sete anos de funcionamento, a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm) demitiu todos seus funcionários, em dezembro, e deve mudar de rumos a partir de 2019. Por decisão da diretoria, foram demitidos o gerente-executivo, duas funcionárias do setor financeiro e administrativo e uma profissional da área de marketing. Só para fazer essas demissões, os mantenedores tiveram de fazer um desembolso extra que chegou a R$ 130 mil. Segundo o atual presidente da Adesm, Ademir José da Costa, ficou só uma estagiária.

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- Achamos que a Adesm não deve fechar. Teria de recomeçar do zero e seria uma grande perda. Vamos aguardar para ver quantos dos 17 mantenedores vão seguir e, então, definir os rumos da Adesm. A gente percebeu que a agência estava focada muito na execução. Ela não pode executar, ela tem de ser articuladora. Dos oito pilares, vamos ver em quais devemos focar. Um deles deve ser o do polo tecnológico - diz Costa.

Fazendo um balanço do trabalho da Adesm até agora, o atual presidente avalia que ela cumpriu seu papel. Primeiro, ao definir metas para a cidade em várias áreas para decidir no que Santa Maria deveria investir. Depois, sendo responsável pelas articulações para criar os arranjos produtivos locais (APLs) nas áreas de software, defesa e metal-mecânico, que reuniram e fortaleceram empresas desses setores:

- A agência cumpriu seu papel, muito focada em fazer gestão dessas áreas. Achamos que ela deveria fazer mais articulação com Estado e União. Tudo o que foi mapeado está acontecendo, mas os setores não estão se conversando.

NA TEORIA, É BONITO, MAS NA PRÁTICA
Em tese, uma cidade ter uma agência de desenvolvimento é uma excelente ideia para definir focos de desenvolvimento e melhorias, e também para atrair investimentos. O propósito dela era criar uma mapa da Santa Maria dos sonhos, com metas em várias áreas, para que, independentemente de quem fosse prefeito, reitor ou presidente das entidades, todas essas instituições seguiriam trabalhando atrás desses objetivos em comum, justamente para evitar que, a cada nova gestão, os rumos fossem mudados. Na teoria, era bonito. Na prática, foi praticamente esquecido.

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O problema é que, para que a Adesm desse frutos, deveria conseguir unir de fato as principais instituições públicas e privadas. No início, a agência parecia que conseguiria isso, pois promoveu uma aproximação entre lideranças locais. Porém, por uma série de problemas, como briga de vaidades e falta de foco em ações práticas, ela acabou passando a impressão de que era mais uma instância burocrática. Por exemplo: na gestão Schirmer, chegou um momento em que a prefeitura virou as costas totalmente à Adesm. Ou seja, como seguir metas criadas pela sociedade via Adesm se o principal órgão executor da cidade não conversava mais com a agência?

Talvez a criação dos arranjos produtivos locais (APLs), o fortalecimento de Santa Maria como polo de defesa e o apoio na criação do Parque Tecnológico tenham sido alguns de seus principais feitos. Com ou sem Adesm, Santa Maria precisa se mexer para recuperar o tempo perdido na busca por desenvolvimento econômico, que é fundamental para haver mais verbas para investir nas áreas sociais. Do contrário, seguiremos dependentes do dinheiro vindo do serviço público, do comércio e dos serviços, que é bem-vindo e salva a cidade, mas acaba sendo quase estático, sem grandes crescimentos.

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